Sacrifício
A igreja de Santa Teresa d'Ávila estava caindo aos pedaços. E esse era mesmo o plano dos Feras. Tudo isso o grupo descobriu, não sem muitas tribulações, de Christina. Ela tinha mandado também o Fogo-fátuo (Proximo) para roubar a planta das fundações da igreja, para protegê-la. Ela também havia assassinado pessoas em busca de um "verdadeiro fiel."
- Chega de ilusões, precisamos do sacrifício de alguém com fé verdadeira! Não temos muito tempo! Rápido, me ajudem!
Christina alternava entre loucura fanática e agressividade, enquanto os investigadores se entreolhavam. Não havia nenhum crente ali. Veridiana acreditava na ciência, Amanda, no destino das cartas, no acaso, e Noir, não acreditava em nada realmente. Samuel falou:
- Eu? Eu não tenho fé nem em mim mesmo...
Foi quando começaram a depredação da igreja. Os Feras queria derrubar aquele santuário que impedia que seu deus, A Besta com Cabeça de Servo, viesse para esse mundo. Veridiana enfrentou Morty e outros que estavam prestes a entrar. A linha fina que dividia essa realidade do Outro Lado estava se partindo.
Noir e Amanda atiravam nos membros das gangues através das janelas, de certa forma, contribuindo para a destruição do local mais ainda. Samuel se aproximava de Christina com uma ideia inusitada e Veridiana, lá em cima, tinha mais um dos Sonhos Verdes.
"De novo não."
- Você precisa de um crente de verdade, não é? Bom, só existe você com essa "fé verdadeira" por aqui! Se sacrifique! Ora, essa é a maior prova de fé que pode existir!
Christina o fitou em choque e em dúvida. Claro que aquilo provavelmente iria contra a sua religião cristã, mas aquela era uma situação desesperada, que exigia medidas drásticas. Enquanto isso, Veridiana vencia a sua própria tentação de se unir ao deus dos Feras. Em frangalhos, ela retornou e se juntou ao círculo que Samuel tinha organizado. Ele tinha desenhado um símbolo arcano no chão e convencido todos a dar a mãos e canalizar sua "fé." Ou pelo menos ajudar Christina na dela.
É claro que aquilo não daria certo e, então, aproveitando a situação, Samuel tomou a incumbência de realizar o sacrifício para si: ele esfaqueou Christina pelas costas, a única que tinha o poder de concretizar o ritual com sua vida. Foi então que a barreira mágica que protegia a igreja caiu, mas do ferimento da sua guardiã, um halo de energia radiante cobriu todo o lugar, afastando os Feras, como diabos que fogem da cruz, com o Urso urrando.
Por sorte, mesmo com grande parte da sua energiza usada para recuperar a proteção do lugar, aquilo não matara Christina, mas ela estava muito fraca, chorando ajoelhada no chão. Samuel pousou a mão no ombro dela, um tanto relutante.
- Christina, desculpe-me por ter te esfaqueado e pelo que vou dizer, mas você cometeu crimes e terá que se acertar com a lei. Quanto a mim, eu preciso beber alguma coisa... - ele olhou para as outras - Acho que esse foi um bom trabalho, apesar de tudo, não foi?
De fato, aquele apocalipse havia sido evitado, mas muitos outros ameaçavam vim. Na Cidade das Brumas, seria preciso estar sempre vigilante.
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