A Máscara do Chacal

 




Depois de anos lutando pela Resistência contra os detestáveis minotauros, pensei que tiraria pelo menos alguma folga. Mas Arton era um mundo é um mundo de problemas! E a proposta era muito boa, então não dava para recusar.

Havia uma tal guilda do Punho de Reinado que pagava bem. O trabalho da vez era para um mago almofadinha querendo aumentar sua nota na Academia Arcana, mas como parecia haver mesmo uma ameaça em um pântano amaldiçoado, eu quase podia ouvir Valkaria me dizendo para ir lá resolver o caso. 

Comigo havia também uma druida, um feiticeiro um tanto convencido (malditos arcanistas...) e uma criança. A primeira vista eu só podia imaginar que ia ter que ficar de olho neles para que não tropeçassem nos próprios pés, no entanto, eles se mostram bastante capazes durante a aventura, devo admitir.

Pegando um círculo de teleporte, aparentemente de criação de algum mago ou inventor da guilda, fomos de Altrim para o Pântano do Juncos em Deheon. Ah, o reino abençoado por Valkaria! Dá até para sentir um ar melhor. De liberdade!

O primeiro desafio foi ter que atravessar um rio. Felizmente, ou quase isso, eu já tivera experiências parecidas ao fugir de pelotões de minotauro e de patifes covardes em Smokestone. Consegui chegar na outra margem e os meus companheiros também.

Estávamos meio perdidos em que direção seguir até que avistamos um velho numa carroça puxada por um trobo. Ele parecia exasperado e tentou desviar assim que viu a gente, para quase sofrer um acidente muito feio. Por fim, conseguimos acalmá-lo para que dissesse o que estava acontecendo.

Ele contou que havia monstros no pântano, que havia um mago lá numa mansão que ultimamente vinha fazendo experimentos estranhos e logo tornou a área muito perigosa. Insistimos para que o velho nos levasse até lá para que resolvêssemos a situação.

E assim, lá estava o nosso grupo, finalmente no pântano, navegando em um barquinho com o velho homem. O local estava tomado por uma névoa densa não-natural, impossibilitando que avistássemos mais do que alguns palmos a nossa frente.

Além disso, havia gritos ensurdecedores de monstros e grasnar de corvos uma ora ou outra. Tentávamos nos guiar fugindo dos sons pelos córregos de água lamacenta, até que fomos surpreendidos por algumas criaturas.

Eram os corvos mais estranhos que já vi. Além disso, eles faziam um som de gelar a alma... Não pensando duas vezes, dei um tirambaço que fez um deles ser reduzido a um revoar de penas. Meus companheiros acabaram com o resto, o feiticeiro usando suas magias certeiras e o garoto fincando sua lança em uma das aves.

Não querendo ser atacados de novo na posição desvantajosa do riacho, decidimos seguir por terra, pedindo que o velho ficasse tomando conta do barco. Seria ainda mais perigoso termos que tomar conta dele num combate...

A parte de terra do pântano não era tão firme assim, mas pelo menos ninguém afundou ou ficou preso... Ainda assim, eu já começava a pensar que não estávamos sendo bem pagos para isso.

A confirmação disso veio quando uma horda de zumbis nos atacou. Esses mortos-vivos pareciam andar sem direção e sem fazer barulho, por isso pegou parte do nosso grupo surpreendido. Como se não bastasse, partes do corpo da criatura continuavam lutando quando pensávamos que os tínhamos derrotado.

Conseguimos passar por mais esse desafio, a dura penas, mas chegamos finalmente à mansão! A névoa diminuiu no local, talvez por causa das luzes que saíam pelas janelas do local. Meus companheiros quase tropeçam ao tentarem ser furtivos e então eu tive que ir na frente.

Por uma janela, avistei outros zumbis, dessa vez atacando e se banqueteando do corpo morto de uma mulher. Depois de averiguar mais a situação ao redor da mansão, contei aos outros o que vi. Ainda bem que o garoto do nosso grupo não quis pular em cima deles como fizera antes. Ele parecia ser devoto de Azgher, o deus-Sol.

Resolvemos entrar por uma das portas abertas no fundo da mansão e logo encontramos um criado da casa. Ele nos pediu que fizesse silencio e tomássemos cuidado. Criaturas horrendas vagavam por aí. Também estava atrás da esposa... Ao que eu só podia prometer que daríamos um jeito no mal que tomava conta do local.

Por fim, eles nos contou que o seu amo tinha encontrado uma máscara muito estranha e passado um tempo pesquisando sobre ela trancafiado no seu laboratório. Foi aí que essas coisas estranhas começaram a ocorrer. 

O mais estranho ainda e assustador foi quando ouvimos um rugido mais alto e mais aterrador do que os outros... Era inconfundível, juntamente com aquele bater de asas e a grande rajada de sopro venenoso que vimos tomar conta de uma parte da casa... Olhamos para fora ainda assim sem acreditar. Era um enorme dragão negro! 

O que se seguiu foi uma busca pela máscara, talvez assim evitássemos nossa morte certa, com o dragão derramando ainda mais sopros que derretiam o casarão como ácido. Felizmente o garoto achou alguém... trajava-se como um mago e usava uma mascara dourada. Sem falar nada, ele usou algumas magias de proteção e saiu voando empunhando uma espada de luz.

Com um golpe certeiro, o estranho decepou a cabeça do dragão em meio a jato de venenos e explosões mágicas. Tudo parecia ter terminado. Mas ainda ficamos sem saber afinal quem era aquele mago.



Falcon "Willen" Renzzi 

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