Low Fantasy Gaming - A Amálgama Perfeita

 


Vocês já devem ter percebido meu ódio mortal ao old school. Bom, talvez, meu ódio na verdade sejam aos jogadores que a idolatram. Mas enfim, não acredito que estou fazendo uma resenha e elogiando um jogo OSR. Eu simplesmente já havia desistido do gênero, até que tive uma grata surpresa.

Esse jogo é o Low Fantasy Gaming (LFG), uma obra-prima que espero um dia espero chegar traduzido em terras brasileiras. E dou dois bons motivos para ele ser tudo isso:


1. Baixa Fantasia, como ela deve ser.

Acredito que o charme dos ditos jogos old school que tanto as pessoas procuram na verdade seja o Dark Fantasy. Com jogos que se popularizaram como Dragon Age, Dark Souls, The Witcher e a série Game of Thrones (que se você parar para pensar, tem alta fantasia para caráleo no meio), onde todos personagens são cinzas e cínicos (diferente de outros cenários, onde há sim tons de cinza, mas também de outras cores, o que o torna mais reais, enfim...), onde o mundo parece estar perdido e os heróis buscam mais sobreviver do que qualquer coisa.

E aí está outro ponto importante: sobrevivência. Enquanto mestres tentam empurrar esse estilo de jogo em sistemas e cenários que não foram feitos para isso (cof, fof, D&D), LFG chuta o balde e assume o slogan do "Menos magia, mais crueza" como o próprio nome já diz: Baixa Fantasia.

A sobrevivência em jogos de fantasia não me agrada, mas o clima de mistério, desolação e de que tudo quer e pode lhe matar realmente é um atrativo muito forte. Para aqueles mestres melindrosos que querem preservar seu mundo/campanha/npcs, ter menos magias e personagens poderosos pode ser um plus também. Não que o sistema seja sem graça para os jogadores, o que nos leva ao ponto seguinte.


2. Ideias modernas, com roupagem antiga.

Enquanto jogos como Dungeon World fazem o inverso, ainda assim LFG pode agradar tanto jogadores old school quanto de sistemas mais novos. As classes são interessantes, as raças também e há bastante espaço, isso é até encorajado, para mudar uma ou outra coisa. 

Temos sete atributos clássicos (morre uma vaca sagrada, mas isso é bom) e mais um chamado Sorte, velha conhecida do DCC, mas aqui achei mais interessante. É uma mão na roda essa espécie de recurso único e é algo que muitos rpgs novos estão adotando.

Rolagens de atributo abaixo lembra o Black Hack, mas os modificadores permanecem para algumas jogadas, o que é muto bom. Temos também vantagem e desvantagem.. Simplificações para termos um sistema elegante.

A customização lembra o Fate, embora sem sua generalização (graças a Crom!). Você tem diversos exemplos, tabelas para os amantes delas, regras de loucura, condições especiais, magias corruptoras, etc. Tudo bastante interessante.


Talvez Low Fantasy Gaming não seja considerado OSR pelos grognards pelas inovações que traz. Isso explicaria porque ele não é tão famoso como outros jogos do tipo. Para mim ele é o encontro de duas correntes de jogadores: a que ficaria bem melhor jogando algo além de D&D 5 e a que deveria deixar de ser saudosista. A amálgama perfeita.

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