Réquiem
A sucubus invocou criaturas vindas dos próprios Nove Infernos e o que se seguiu foi uma batalha épica que com certeza será lembrada por séculos. Aquele cenário, o poder que detínhamos, tudo parecia um sonho. E de repente, estávamos na verdade mais próximos de um pesadelo.
Azizela, mesmo sangrando bastante, tinha nos subjugado, via o corpo dos meus companheiros no chão e eu mesmo não conseguia me mover. Foi então que ouvimos a oração daqueles clérigos que tinham nos levado até ali e do próprio homem cego. Era como se eles usassem suas próprias últimas forças vitais e graças aos deuses foram atendidos!
Uma aura divina cobriu nossos corpos para que pudéssemos desferir golpes certeiros nos demônios e Quarion trespassou Azizela uma última vez com sua espada brilhante. Ou assim pensávamos.
Ela deu uma última risada zombeteira, olhou para Alexis e simplesmente sumiu, tornando-se uma pequena pedra negra que saiu voando com vida própria. Antes que pudéssemos fazer qualquer coisa, porém, a sala desmoronava, o chão tremia e num novo clarão acordamos onde tínhamos partido anteriormente ao realizarmos o ritual.
Pensávamos ter um pouco de alívio ao voltarmos ao normal, mas as palavras do velho cego foram fatídicas:
- D-Desculpem... Eu tentei detê-los o máximo que pude...
Era o Cavalheiro e sua trupe de bandidos. Como se não bastasse, a pedra de Azizela voou para o encontro dele.
- Meus caros, pensava que tínhamos um acordo.
- O único acordo que temos é eu amassar sua cara com meu martelo seu filha da puta! - Respondi. Ao que fui ignorado.
- Isso vai servir...
E com um acendo de cabeça, sua turba liderada por um... Kror de braço mecânico?! Rapidamente liquidou os clérigos, que estavam exaustos pelo ritual. Nós também estávamos e não fomos páreos para os ladrões, assassinos e mercenários implacáveis que nos atacavam.
Até que Aradel resolveu se render em troca de servir ao Cavalheiro e assim poupar o resto de nós. Aquilo foi aceito, fazendo com que fôssemos levados. Realmente eu acho que devo dizer que a elfa se redimiu, finalmente se sacrificando por uma causa nobre. Porém, era tarde demais, fui mortalmente ferido e esse seria o final dessa história.
Não fosse... Não fosse o belo sorriso e a cabeleira platinada de Alathia quando abri os olhos. Ela estendeu uma mão e sem saber o que tinha acontecido eu segurei. A guerreira-deusa então apontou para um espelho na parede daquele lugar que eu não sabia muito bem onde era, mas era bastante parecido com o santuário em que havíamos lutado com Azizela, não fosse bem cuidado e uma paz parecesse reinar por ali.
Um coro celestial tocava por ali mesmo que eu não soubesse de onde vinha as vozes. Estátuas de anões, guerreiros, a princesa Jéssica, anjos, deuses, Bahamut, diversos símbolos de ordem e que eu tinha apreço adornavam as paredes do local.
Numa tapeçaria, vi a história do meu clã: a busca pelas pedras mágicas antes da Destruição. A traição, eu como o único sobrevivendo vagando pelo mundo atrás de respostas...
Ainda meio atônito, eu fui até o espelho e vi magicamente a imagem dos meus companheiros sobre o meu corpo caído... Vi Alexis fazendo questão de que os clérigos restantes do templo conservassem meus restos mortais...
- Enquanto Alexis tiver com o pingente com a minha figura... Poderemos observar e zelar por ele, meu caro anão.
- Mas, isso não pode ser o fim...
- E não é! Você lutou bravamente por justiça e pelas forças do bem. Terá sua vingança.
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