Lycans Entre Nós
Agora, observando tudo a partir dos olhos de Alexis e da sabedoria de Alathia, descrevo o resto da história.
O Cavalheiro estava com problemas numa região a oeste do Império, controlada por ele e seus negócios (escusos ou não). Sua caravana precisava chegar em segurança em Trostenwald, passando por vilas em uma fronteira esquecida e por isso mesmo presas fáceis.
Ora, com tudo que tinha acontecido, o corpo de Alexis não aguentou e ele sucumbiu, ficando dias desacordado, apesar das melhores magias do Cavalheiro. Quando finalmente acordou, seu algoz/mecenas o apresentou a um guerreiro... mecânico. Era algo mesmo peculiar, criado para ser o soldado perfeito, mas com muito a aprender...
Alexis aceitou ser um "mestre" para a criatura, interessado também no arcanismo que a movia, mas sempre suspeitando do mafioso. Havia ainda Aradel, que ele buscava libertar, movido pelo sacrifício feito por ela, porém, nem Righel e Quarion, outros que haviam lutado ao seu lado, foram vistos em lugar algum.
E foi aí que o Cavalheiro contou o que faziam naquele acampamento. A missão de Alexis e de Alpha, o guerreiro de metal, consistiria em arranjar provas de ataques de licantropos pelas redondezas. Antes de partir, se armaram de prata e Alpha ficou questionando o braço metálico de Kror...
No meio do caminho, encontraram dois homens muito feridos amarrados em estaca. Tinham o símbolo da árvore sem folhas de Kallen, mas não houve tempo para questionamentos. Mais homens mal-trapilhos como aqueles apareceram. Não estavam feridos, mas pareciam exaustos. Eles simplesmente foram desamarrar seus companheiros e partiram.
Saindo do esconderijo, Alexis e Alpha adentraram mais ainda na floresta Cyrengreen, apenas para encontrarem Righel todo ferido correndo como louco e olhando para trás. Não muito atrás, vinha Quarion.
- Fujam! Eles estão vindo!
E de fato, como estava escurecendo, diversos uivos puderam ser ouvidos, cada vez mais perto. O grupo mal conseguiu escapar com vida e chegar até o acampamento do Cavalheiro.
Trostenwald ainda estava a um dia de viagem, os licantropos cercavam o acampamento e os cavalos começavam a ficar arredios. Como se não bastasse, Righel havia sido mordido por uma das criaturas.
- Isso aí tá bem feio! E certamente você virará uma daquelas coisas... Deixe-me ver.
E conjurando palavras arcanas, o Cavalheiro selou a ferida como havia feito com as maldições de Aradel e Kror. Inclusive, o beijo da morte não estava mais no pescoço de Alexis desde a batalha contra Azizela.
- Muito bem, isso resolverá por ora... Mas isso pode ser uma benção na verdade.
Diante dos olhares incrédulos, o Cavalheiro respondeu:
- Sim! Você irá o mais rápido possível e a mordida fará eles pensarem, ou farejarem, você como um deles. Avise da nossa situação na cidade, vá! Na volta verei o que poderá ser feito sobre isso.
Righel recebeu o cavalo mais rápido e partiu enquanto os outros faziam uma distração. Um general licantopo montado em um grande lobo atacou a retaguarda das defesas montadas de improvisos. Aquele teria sido o fim caso um bom arsenal de fogo alquímico não tivesse sido gasto.
- Pretendia vender isso tudo. Eles pagarão. Sim... - Lamentou o Cavalheiro.
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