Luta pela Salvação
Eu não queria subir num dos cavalos roubados. Estava tudo errado. Tudo! Só depois de muito insistir, lembrar que deveríamos estar sendo procurados por toda Dwendal agora, Alexis conseguiu me convencer.
Rumamos o mais rápido possível para o oeste. Alexis conseguiu me explicar da maldição que o acometia: Azizela, um espírito maligno o dominava e fora a responsável por ele ter recebido o Beijo da Morte e o ter matado o pescador, entre outras coisas. Ele acreditava que poderia substituir a essência de dentro dela por de uma divindade, só precisava encontrar um tempo.
A Casa das Mil Faces era o local ideal, e também para fugitivos se esconderem por ser tão longe e haver normalmente peregrinos indo para lá. Eu só não lembrava que o local era tão difícil de achar! Ainda bem que encontramos um patrulheiro de nome Righel que aceitou nos levar para lá. Com o devido pagamento.
O nosso novo companheiro era mal-encarado, mas nos guiou corretamente até o templo. Uma estrutura majestosa, certamente feita sob o cuidado de anões... Dentro, porém, o local estava completamente vazio e não fazia frente ao seu exterior.
Encontramos por fim um homem completamente cego, enquanto Alexis encarava uma estátua da deusa Alathia, a mesma que a princesa Jéssica tinha orado para proteger da corrupção da mordida do elfo negro. Aquele monge do santuário porém parecia alguém muito sábio e nos guiou para uma câmara mais abaixo.
"Estávamos os esperando." Ele fez um gesto e chamou outros acólitos como ele e apontou para que Alexis deitar-se numa espécie de altar. Fiquei desconfiado, afinal, tínhamos passados por poucas e boas até ali, mas algo em mim me dizia que tínhamos que lutar pela alma de Alexis e esse era o único jeito.
O cego também chamou Rhigel e um paladino que estava por ali. Chamava-se Quarion. Um elfo, blergh. Mas se estivesse ali para ajudar naquela hora, era bem-vindo. Orei para que Bahamut nos iluminasse, enquanto palavras desconhecidas eram ditas pelos que prepararam o ritual.
De repente, uma luz branca cegante cobriu a sala e eu pensei em soltar a mão e me soltar daquele círculo que fazíamos ao redor de Alexis. Mas em um instante eu já não via mais nada nem ninguém. Peguei meu martelo e escudo quando ouvi uma risada feminina zombeteira atrás de mim e então uma voz à minha frente me acalmou:
- Clame e ela pagará pelo que fez! Clame e liberte seu amigo!
- Por tudo que há de mais sagrado! Por Alexis! - Bati o martelo no chão em resposta. - Por Bahamut!
O clarão desapareceu e não estávamos mais na sala do templo, mas sim num espécie de plataforma em outra dimensão. Parecia um santuário, mas as paredes de pedra se erguiam até perder de vista e era possível ver o céu noturno e suas constelações.
Na nossa frente, uma sucubus, ou outra criatura igual. Ela sorriu para Alexis que estava ao meu lado, envolto numa capa reluzente. Aradel, Rhigel e Quarion também estavam com equipamentos mágicos. Olhei para as minhas coisas e ela também estavam brilhando, com o símbolo da deusa.
- Essa é Azizela, preparem-se! - Alexis falou enquanto preparava alguma magia com gestos arcanos.
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