A Carta de Strahd von Zarovich
Depois de derrotar a criatura translúcida, claramente um espírito mal-assombrado, e ela ter sumido com um grito, ficamos sem reação, tentando acontecer o que acabou de ocorrer. Não havia bebê nenhum e a casa parecia mais abandonada que nunca.
E no entanto, ela parecia bem arrumada, limpa, em bom estado, como se uma família de fato morasse por ali. Fomos explorando o resto da mansão e encontramos ainda outras coisas assustadoras, embora elas não tenham nos atacado. Isso com certeza dará uma bela canção, se sairmos inteiros depois de tudo.
Primeiro, ouvimos música vindo da sala de música. Era mais um dos locais que tínhamos verificado anteriormente e estava vazio como os demais, mas dessa vez parecia haver alguém. Ao abrirmos a porta, pessoas dançavam como num baile, ao som do piano tocado magistralmente por um homem. Mas claro que aquelas pessoas e o pianista não eram menos que fantasmas! Assim que nos viram, a música parou e todos sumiram.
Depois, no térreo, uma cena parecida: barulho de talheres e de pessoas conversando na sala de jantar antes vazia. Ao irmos para lá, novamente, fantasmas degustavam uma refeição e segundos depois, desapareceram. Eu já teria ido embora, se não tivéssemos nos comprometido a salvar quem estivesse ainda naquela casa.
Procurando um caminho para o subsolo e não encontrando nenhum (eu já estava desesperada olhando até dentro das chaminés), resolvemos procurar alguma pista mais concreta pelos andares que passamos apressados anteriormente. Na biblioteca, consegui uns livros de história de Baróvia. Outro livro tinha uma árvore genealógico que mostravam Elizabeth e Gustav Durst como pais de Rose e Thorn.
Havia também pergaminhos de magias que ficaram com Ashe, pois faria melhor uso deles. Mas o mais interessante mesmo foi a passagem secreta atrás de uma estante encontrada por Reynald. Lá na pequena sala, havia um báu e, dentro, cartas com a localização de um moinho, provavelmente da família, e uma mensagem:
As coisas pelo visto não tinham dado nada certo com a família. Precisávamos correr e encontrar um caminho para o porão. Lembramos de uma casa de bonecas num quarto de criança, anterior visitado. Era uma miniatura da mansão e talvez lá encontrássemos o caminho que procurávamos.
De fato, na estrutura que eu estranhava, a pequena casa de bonecas mostrava uma passagem no sótão, atrás dos móveis velhos cobertos por panos brancos, uma escada em caracol que descia até o subsolo. Antes de ir para lá, fomos surpreendidos porém por uma voz:
- O que vocês fazem aqui?
Era Rose, com seu irmãozinho abraçado mais uma vez em suas pernas e choramingando. Mas não eram bem as crianças, logo notamos. Aparições, fragmentos de memória, provavelmente amaldiçoados eternamente a estarem vinculados àquela casa.
Não conseguimos extrair muita informações dos fantasmas, mas pelo menos descobrimos que a família conduzia reuniões estranhas no porão e que os filhos eram punidos só de pensarem em ir lá. A Rose fantasma também nos contou que eles foram abandonados ali, trancados e por fim morreram... Eu não pude me conter e disse que iríamos vingá-los, chamando meus companheiros para que seguíssemos.
- Esperem, vocês não podem nos deixar aqui! Não nos abandonem, vocês também não podem fazer isso! Por favor, nos leve!
Os fantasmas choravam, Rose tentou me dominar mas meus pais me disseram pra nunca ficar perto de fantasmas, então me safei. Mas a Ashe aparentemente não e a fantasma entrou dentro dela! O garoto, também queria incorporar em alguém e Jack por fim queimou-o com uma de suas magias. Ashe gritou e eu realmente fiquei muito preocupada durante todo o caminho que fizemos pela escada em caracol, ela parecia abalada. Também, não era para menos, ter um espírito invasor dentro de si, ainda mais um que viu seu irmão queimar...
Lá embaixo, vagamos por algo que parecia mais uma cripta. Exploramos corredores e salões que mostravam ser aquele um local habitado, ainda mais pelo cântico sinistro que ecoava pelas paredes. Certamente vinha de um lugar mais abaixo, era como se um ritual ou feitiço estivesse sendo feito.
Numa junção de corredores, encontramos ghouls, monstruosidades mortas-vivas. A passagem estreita dificultou muito a luta, mas Nofir se mostrou mais uma vez como um grande guerreiro, acabando com a maioria das criaturas antes que conseguíssemos nos recuperar para ajudar a vencer mais esse desafio.
- Ramona Odgrin
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